Eu aprendi a amar o Botafogo pela mística do clube. Como praticante - desde sempre - de esportes, era natural me apaixonar por um clube de futebol. Mas a “liga” só se deu mesmo quando eu vim para o Rio em 1993. Aí não teve jeito. A superstição da cultura botafoguense colou em mim, amazônica crente em boto e em saci-pererê. A imaginação fértil tinha tudo a ver com os rituais do clube. Daí foi saber a história de Garrincha, Jairzinho, Nilton Santos e Heleno para me apaixonar de vez. Foi quando eu verdadeiramente descobri que você troca de muito sentimento na vida: amores, amizades, empregos, interesses profissionais, enfim. Mas há algo que não muda: o seu clube de coração. Uma vez escolhido é pra sempre por mais que ele te arraste para a melancolia muitas vezes e em outras te plante alegria em proporções industriais ou, como é o caso do atual Botafogo, em gotas homeopáticas. Você conhece alguém que trocou de clube? Se conhece, mande prender ou exiba no circo. É um caso raro.
Muita gente fala que nós, botafoguenses, cabemos dentro de uma van. Outros dizem que cabemos dentro de um Tweet! Adoro isso. Sabe porque? Porque não me sinto multidão! Tenho uma certa “ágorafobia”. Nada grave...até porque vou ao Maraca sempre! Mas isso reforça a mágica de se saber torcendo para um time com características tão diferenciadas e que nem todos aderem... afinal, é fácil torcer pelo Flamengo e pelo Vasco. Eles são recordistas de títulos. Nós temos sempre uma saga mais dura. E, por contraponto, quanto mais dura a saga mais prazer haverá na alegria. Isso não é uma elegia ao melancólico e ao sofrimento. Ao contrário! Adoro celebrar e não tem nada mais importante do que saber fazê-lo. Como Botafoguense eu tenho e cultivo manias que populam a minha vida e me fazer me sentir melhor.
E, afinal, para atualizar o tema deste post, que coisa mais feliz do que eliminar o Flamengo, campeão brasileiro com suas estrelas internacionais, desta final da Taça Guanabara? Que tal fazer isso depois de 3 finais perdidas de campeonato para eles mesmos? Que tal fazer isso com um time que, de tão mambembe, parece saído da tela do filme “O Incrível Exército de Brancaleone” de Mario Monicelli?! Convenhamos, isto é um prazer que só os contrapontos são capazes de provocar. Gosto disso. Ainda que algumas vezes a espera seja longa! Arriba Fogón!
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
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