Pode parecer um exagero da minha parte mas os dados estão aí pra mostrar que o fenômeno de comentar programas de TV nas redes sociais usando celulares é o toque de inovação com tons salvadores para audiências importantes da televisão. A Segunda Tela instala-se a uma velocidade de anos-luz. E para todas: abertas e fechadas. Ellen DeGeneres fez no Oscar de 2014 — como vimos — o que o macaco de Kubrick faz com o osso na cena inicial de 2001 — Uma Odisseia no Espaço. Criou um ponto de inflexão para a comunicação. O sinal estava dado. De osso à nave espacial no filme de 1968. De “selfie” à quebra definitiva da senha para a Social TV. Era o “osso” da Segunda Tela — pela projeção que teve — que faltava para acelerar no espaço cibernético uma mudança crucial e que coloca a nave da comunicação numa órbita muito além de formatos. Não inventa e nem resolve uma fórmula. Mas encaminha uma equação transformadora.
Com a foto “selfie” do Oscar e seus já mais de 3,4 milhões de RT’s (repetições do post) recordistas da história de Larry — o passarinho azul do Twitter — entramos definitivamente em um novo momento. Como no filme de Kubrick a caça descobre como ser o caçador. Ou quem sabe, descobre como se associar ao caçador. O que era ameaça pode ser a nova dimensão. E nada mais simbólico do que isso acontecer num momento “marqueteiro” (bem pensado!) de um dos programas de televisão de maior audiência e glamour no mundo com 43 milhões de espectadores. Não, não vou me atrever a compará-lo aqui com o monólito de Kubrick.
Mas é bom trazer o osso, a “selfie” e a Segunda Tela para exemplos mais práticos. Lendo hoje um report da BI Inteligence me chamaram atenção 2 pontos: canais de TV fazendo apps estimulando participações em Segunda Tela — para surfar tateando nessa onda — nao vão chegar muito longe. Esqueça. O que as pessoas querem olhar nas TV’s e colocar nas suas redes sociais via celulares, em tempo real, são suas conversas de boteco, bar e shopping, críticas e elogios. Suas opiniões, enfim, sem filtro, sem direção mas com participação. E isso nos leva para o mesmo ponto que já se sabe há algum tempo: as TV’s — como as conhecemos, e não apenas elas, mas os veículos de uma maneira geral — precisam tratar de ter conteúdos interessantes. É quase como ter ou não pecado original. Ou mortal! Afinal, sobre coisas interessantes todos querem falar.
Falar? Pessoas não querem apenas falar. Elas também não querem apenas ouvir. Elas querem multiplicar. E só o fazem se for algo pertinente a elas. Ou, pra além disso, pertinente mais a seus amigos do que a elas!
O único problema (?) é que as TV’s vão ter que estudar cada vez mais sobre o atitudinal digital de todos nós e, como nunca, do que vai pelas redes em tempo real. Mas melhor não esquecer que a vida como tal está aí mesmo…como sempre… E é preciso combinar o novo conhecimento com o que move a nossa rotina mentirosamente trivial. Como se vê, coisa “fácil” para fazer. As pessoas tem chamado pelo modesto nome de “Big Data”. Será algo como jogar xadrez com o HAL, o supercomputador de Kubrick? É só ficar atento à antena!
Anote: essa é uma grandes tendências do mundo digital desde que Tim Berners-Lee inventou a web e, como no Renascimento, ajudou a jogar sobre nós uma luz sem tamanho de conhecimento e comportamento. A conferir. Mas, como digo sempre a meus amigos, se quiserem me cobrar mais lá na frente sobre estas afirmações, cobrem apenas os princípios. Jamais coerência.
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